quinta-feira, 19 de setembro de 2013

XLIX




Sou filho de fazendeiro
Criado a beira do Paraíba
Tenho apenas duas mãos 
Ando sobre dois pés descalços 
Minhas costas são frágeis 
Mas eu carrego o sentimento do mundo
Maldita seja essa sen-si-bi-li-da-de 
Malditas sejam as pedras no meu caminho
Maldito seja o poema no meu bolso de trás
Malditas são essas palavras que ferem tanto
Como são injustos os poetas 
Por saberem o que sentimos
Sem nos conhecerem 
Como seria bom afronta-los 
E agora, Drummond?
Antes da luz apagar
E o povo sumir
Me diz pra onde é que a gente vai daqui
Para que lado nós temos de seguir?



Nenhum comentário:

Postar um comentário