Sou filho de fazendeiro
Criado a beira do Paraíba
Tenho apenas duas mãos
Ando sobre dois pés descalços
Minhas costas são frágeis
Mas eu carrego o sentimento do mundo
Maldita seja essa sen-si-bi-li-da-de
Malditas sejam as pedras no meu caminho
Maldito seja o poema no meu bolso de trás
Malditas são essas palavras que ferem tanto
Como são injustos os poetas
Por saberem o que sentimos
Sem nos conhecerem
Como seria bom afronta-los
E agora, Drummond?
Antes da luz apagar
E o povo sumir
Me diz pra onde é que a gente vai daqui
Para que lado nós temos de seguir?
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