terça-feira, 9 de julho de 2013

XXXV




Não quero ser juiz dos anjos
Nem tampouco serei julgado
Não desejo a gloria do carrasco
Nem o fardo do culpado

Sou livre do que chamam de bem
Sou livre do que chamam de mau
Meu caminho eu mesmo faço
Minha trilha sempre encontra um final

Escritor de cartas rasgadas
Sou juiz apenas de minha alma
Pois sou caneta sem tinta 
Pressionando as páginas marcadas
Com muita calma
Palavra por palavra
Desenho aos poucos a imagem abissal 
De um homem escrevendo seu próprio final