Não quero ser juiz dos anjos
Nem tampouco serei julgado
Não desejo a gloria do carrasco
Nem o fardo do culpado
Sou livre do que chamam de bem
Sou livre do que chamam de mau
Meu caminho eu mesmo faço
Minha trilha sempre encontra um final
Escritor de cartas rasgadas
Sou juiz apenas de minha alma
Pois sou caneta sem tinta
Pressionando as páginas marcadas
Com muita calma
Palavra por palavra
Desenho aos poucos a imagem abissal
De um homem escrevendo seu próprio final