sábado, 29 de junho de 2013

XXXIV



Eu não sou nada.
Porque a gente nunca é nada.
A gente sempre está alguma coisa.
E eu estou cansado dessa inconstância no meu coração.



quarta-feira, 26 de junho de 2013

XXXIII



Torne-se vegetal
Sinta a terra em que habita
Cante com o vento
Que corta seu caminho
E quando caírem suas folhas
Chore por cada uma delas
De suas lágrimas brotarão outras novas
Ame o Sol
Absorva dele tudo o que puder
Mas ame também a chuva
Faça dela seu alimento
E cresça!

segunda-feira, 24 de junho de 2013

XXXII



Eu te amo
Eu te odeio
Eu morro de receio
Eu não quero mais querer
Eu, eu, eu, sempre eu...
Sou tão egoísta,
Tão pessimista,
Às vezes, até, masoquista,
Iludido, carente, fatalista.
Sou demasiadamente humano.
E como tal:
Visto minhas vestes forradas de imperfeições,
Minha coroa cravejada de ignorância,
Meu cetro de pura pretensão
E reino meu mundo sozinho
Eu me amo
Eu me odeio


XXXI



Busco alma que me espelhe
Que compreenda
Em um sorriso a alegria
E num suspiro a solidão

Busco amigo que afague a alma
Que seja terno
Saiba a importância do silêncio na fala
E amanheça os sonhos da minha ira

Busco-me em alguém que me engrandeça
Em palavra que me fortaleça
Em pensamento que me enobreça
E luz que guie minhas noites

Busco o que buscam todos:
Uma dúvida que me complete
Um braço que me levante
Um poema que me recite
Um dia que não se acabe 
Numa vida que não seja vã


sábado, 22 de junho de 2013

XXX



Há aqueles que sonham com o amanhã
E aqueles que fazem do hoje sua eternidade.
A minha vida é um dia
Sem ontem nem amanhã.
Só esse embaraço desgrenhado
De tristeza e alegria, 
De onde tiro inspiração 
Para escrever minha poesia.


segunda-feira, 17 de junho de 2013

XXIX


Toda vez que eu olho pro mato
E um grilo atravessa meu olho
Eu fecho os olhos do mundo
E abro olhos de barros


Uma pequena homenagem ao grande poeta Manoel de Barros

domingo, 9 de junho de 2013

XXVIII




Eu te vejo correndo e caindo
Me dê a mão
Eu também não sei quem eu sou
Estamos juntos e sós
Mas ainda que não dê como está
Insistimos pra ver no que dá!


quinta-feira, 6 de junho de 2013

XXVII



Tem dias que eu não sei o que quero
Ando pra lá e pra cá e nada me agrada

Canto alto e bato a porta mas nada desata 

Tem dias que as horas não querem passar
Tem dias que eu quero ver o tempo parar
Tem dias que eu quero estar com quem nunca está
Tem dias que eu também não quero estar
Mas não tem jeito, eu nunca ausento de mim


XXVI






Hoje acordei com o mundo nas costas
Liguei a TV mas não tive respostas
Olhei no espelho, surpreso em me ver
Apaguei a luz
A imagem refletida não quis me conhecer